Sistemas legados limitam experiências inclusivas, apontam 75% dos líderes de tecnologia brasileiros
- Marketing Verity

- 28 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de out.

O levantamento do TI Inside sobre o primeiro Índice de Inclusão Técnica da Galileo mostra um diagnóstico direto: no Brasil, 75% dos líderes de tecnologia dizem que os sistemas legados limitam a capacidade de oferecer experiências inclusivas; 55,4% estimam perder até 10% das oportunidades de negócio por causa dessas amarras. No recorte mais amplo das Américas (amostra com mais de 600 CTOs e CIOs de Argentina, Brasil, Colômbia, México e EUA), 79,4% reconhecem que inclusão é também um desafio técnico, não apenas cultural ou de comunicação.
Os entraves citados pelos executivos brasileiros aparecem em duas frentes: segurança e integração. Para 70,7%, os riscos e vulnerabilidades reduzem o ritmo das iniciativas inclusivas; para 65,6%, lançar um novo recurso acessível — seja para clientes, seja para colaboradores — seria difícil ou inviável diante das restrições de integração impostas pelo cenário legado. O recado é claro: sem uma base tecnológica preparada, acessibilidade e inclusão tendem a virar “camadas” frágeis em cima de arquiteturas que não foram pensadas para isso.
Há também nuance regional sobre prioridades. Nos Estados Unidos, 74,8% dos líderes afirmam que suas empresas devem priorizar a inclusão dentro dos esforços de modernização tecnológica; na América Latina, esse índice é de 68,9%. Entre os brasileiros, 35,9% avaliam ser “muito provável” que a inclusão seja uma prioridade corporativa — percentual semelhante ao dos EUA (35%) —, o que sugere intenção, mas ainda com execução condicionada por restrições técnicas. A própria Galileo define o índice como ponto de partida para cooperar entre países e fortalecer estratégias que combinem modernização e inclusão digital nas próximas décadas.
Do ponto de vista editorial, a mensagem para quem lidera tecnologia é pragmática: inclusão não é um adendo, é um requisito de arquitetura. Os dados indicam que o gargalo não está só em consciência ou vontade, mas na capacidade de remover dívidas técnicas que tornam caro, lento ou inseguro incorporar acessibilidade, novos canais e jornadas mais amplas. Em termos práticos, isso significa tratar segurança e integração como pilares de primeira linha nos roadmaps, medir o impacto de legado sobre indicadores de inclusão e priorizar modernizações que destravem lançamentos com alcance real — do onboarding ao pós-venda, para clientes e colaboradores. Em outras palavras: a experiência inclusiva começa muito antes da interface; ela nasce nas decisões de plataforma que as empresas tomam hoje.
Para a Galileo, o Índice de Inclusão Técnica é um ponto de partida para fomentar colaboração entre países e fortalecer estratégias que combinem modernização tecnológica e inclusão digital nas próximas décadas.



Comentários