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Ágil escalado na vida real



Adotar o Ágil Escalado é uma jornada de transformação e expansão da agilidade para cada equipe de todos os níveis e departamentos em uma empresa, com o objetivo de acelerar a resposta às necessidades do cliente, além de se manter competitivo no mercado e reduzir ao mínimo a coordenação e o controle.


Como se inicia essa jornada?


Quase sempre a mesma história: uma empresa bem estabelecida, que sente o peso da aceleração no mercado, sem tração para acompanhá-lo, e disposta a uma grande virada.


Assim é dada a largada: pesquisas sobre agilidade escalada, experiências das outras empresas de mesmo porte/seguimento, além de referências das gigantes. Como resultado, são definidas metas e se inicia o processo de busca por bons parceiros, fornecedores e profissionais para alavancar a transformação.


Normalmente os executivos que estão à frente deste processo fazem os primeiros movimentos de aprendizado e experimentação, e tão logo evidenciado o sucesso, entram no processo de adoção do ágil escalado. Aqui moram as incertezas e onde começa o desafio real.


Expandir exige uma celeridade na transformação de cultura da companhia, o que gera uma necessária e providencial visão 360º, onde será necessário direcionar os objetivos estratégicos, avaliar os fluxos de valor, definir e estruturar as áreas preservando a organização atual e então criar novos horizontes.


Para um desafio desses é necessário mais que o financiamento dos executivos, sendo imprescindível um propósito claro, a participação e comprometimento das lideranças, além da capacitação de pessoas, fomento do sentimento de unidade e motivação guiada.


Os diversos cenários desafiadores da transformação ágil


Dada toda a reestruturação resultante da primeira fase de expansão, os cenários mais naturais a serem encontrados são:

  • Times em formação, que pouco se conhecem e ainda não passaram pela curva de aprendizado;

  • Novos direcionamentos de escopo de atuação;

  • Aquisição de novas ferramentas de apoio à gestão (Ex: Jira, Azure DevOps);

  • Área de agilidade e profissionais sendo introduzidos na estrutura;

  • Pessoas sendo capacitadas para ocupar as posições de facilitadores e multiplicadores da transformação;

  • Método em processo criação e/ou maturação;

  • Necessidade de nivelamento do conhecimento em agilidade;

  • Disfunções dos papéis e responsabilidades;

  • Ausência de métricas e visão de capacity histórico;

  • Adaptação à renovação da estrutura.

Entre os maiores desafios estão aqueles que se conectam com a transição, a mentalidade e a cultura que precisa ser mudada. Aqui trago alguns:

  • A descentralização das decisões e empoderamento de outros níveis de liderança – de acordo com a maturidade dos times.

  • A criação e manutenção da transparência, além do alinhamento em torno de objetivos estratégicos para toda a companhia.

  • O constante equilíbrio entre as equipes autônomas e as dependências entre elas.

  • A realização da melhoria contínua dos processos.

  • Abertura dos canais de comunicação entre os diversos níveis hierárquicos, a fim de gerar unidade e comprometimento.

  • A mudança no dia a dia das pessoas envolvidas no processo e na forma como organizam o trabalho.

  • Particionamento de entregas de valor para entregar mais cedo e aperfeiçoar os produtos após.

  • Introdução de postura colaborativa com toda a empresa.

  • Desenvolvimento de empatia e foco no cliente ao criar soluções.

  • Adoção da cultura de experimentação: aprender, falhar rápido e corrigir o curso.

  • Integração e equalização dos sistemas de apoio à gestão para permitir um fluxo transparente de informações em toda a empresa

Certamente existem muitos outros cenários que não listei aqui e não há como negar: é desafiador sim! Mas é desses grandes desafios que fazemos história e realizamos grandes viradas. Falaremos mais sobre isso no próximo artigo desta série.


Para tudo existe ou existirá uma solução, basta criarmos!


Para suportar este processo existem alguns frameworks nos quais podemos nos apoiar e aqui vão algumas opções:

Apesar de frameworks reduzirem o tempo de criação de uma estrutura com processos e princípios a seguir na adoção da agilidade escalada, não resolvem tudo por si só.


Não seja adepto de um único método ou metodologia, isto manterá ao seu dispor uma caixa de ferramentas recheada. Em agilidade a adaptabilidade é uma chave para o sucesso.


Existem muitas outras ferramentas que podem nos suportar nesta jornada, então vou compartilhar algumas que podem ser utilizadas para tornar este processo mais fluído e natural:

  • Syncs – são reuniões para alinhamento e avaliação do andamento do programa ou de um incremento de produto que tenha interdependências. Crie uma cadência que faça sentido para a estratégia da empresa e os objetivos traçados para cada período.

  • Dojos - são treinamentos práticos para as equipes, podendo ocorrer em todos os níveis, papéis e perfis envolvidos, onde haverá o aprendizado através da troca durante a execução. Promova Dojos sempre que um assunto necessitar de nivelamento e equalização.

  • Clube do livro – sim, o bom e velho clube! Incentive os encontros e grupos para trocas de literatura orientada aos direcionamentos da empresa.

  • Palestras - promova palestras que conectam as pessoas com os conhecimentos necessários.

  • Team Building – são eventos orientados ao fortalecimento das relações entre os membros das equipes, representando um forte pilar na cultura da empresa e na forma como os colaboradores se sentem parte de sua estrutura organizacional.

Também existem práticas que podem ser utilizadas para integrar e evoluir os times de desenvolvimento, além de promover maior produtividade. Veja algumas opções:

  • Hackathons - eventos que reúnem desenvolvedores, designers e outros profissionais ligados à construção de software, que pode durar de um dia a uma semana e em geral é ideal para inovação e resolução de problemas.

  • Extreme Programming - estrutura de desenvolvimento de software ágil para produção com maior qualidade de forma sustentável. Conta com programação em par, rodízio de pessoas, padronização de código, integração contínua, refatoração, testes constantes e muitos outras práticas.

  • Mob Programming - prática de desenvolvimento onde o time todo trabalha na mesma coisa, ao mesmo tempo, no mesmo espaço e no mesmo computador. É uma forma de fazer todo o trabalho que o time faz – inclusive codificar, design, testar, e trabalhar com o cliente. Uma espécie de “programação em par ++”.

O sucesso é apenas parte deste desafio


O mais importante é compreender que obter algum sucesso não é o fim, mas sim uma parte do processo. Esta jornada lhe proporcionará muitos sucessos consecutivos!


A experimentação, adaptação e comprometimento vão te levar cada vez mais perto de desfrutar dos prazeres de uma empresa ágil, orientada a pessoas e ao cliente, além da vantagem competitiva que isso traz.


Se nenhum framework que trouxe aqui for adequado ao seu perfil, adapte, flexibilize e crie o seu!


Vivenciar a mudança de Mindset, faz toda a diferença


Dentre conceitos, ferramentas, frameworks, ideologias de mercado, nada se compara a experiência de vivenciar a transformação ágil escalada, pois é o momento em que temos a oportunidade de experimentar com excelência, confiança, engajamento, o que até então aprendemos em livros, palestras, cursos, certificações.


Estar diante de um universo onde várias tribos se conectam para atingir um objetivo comum, é algo extraordinariamente incrível, pois é possível ver a mudança de mindset, postura, atitude de todo um conjunto de pessoas que estão ali para o mesmo fim. Imagina que toda a “loucura” de conduzir vários vagões de um trem, se torna um desafio poético, quando falamos de planejamento, organização, estruturação de ideias, alinhamento de expectativas de toda a organização. É de verdade lindo de se ver.


E assim o trem começa a andar sobre os trilhos e seguir o seu destino, mas claro, nem tudo são flores, e no meio do caminho alguns desafios são encontrados, e é ai que a “brincadeira” fica séria, porque é na dificuldade, que testamos nossa resiliência, capacidade de responder à mudanças rapidamente, de enxergar o outro como um parceiro, sair da zona de conforto do nosso vagão e ir apoiar outros vagões. A tarefa não é simples, mas é desafiadora e vale a pena cada momento, que é onde aprendemos com os nossos erros, e com os nossos colegas que estão conosco nesse trem.


O trabalho deve continuar, após a chegada do trem ao seu destino


Muito importante deixar claro, que após todo o planejamento concluído, dependências e riscos mapeados, precisamos continuar o trabalho, senão teremos desperdiçado tempo, energia e esforço de todo um time, para nada.


O acompanhamento deve fazer parte do dia a dia dos times que, tem cada um o(s) seu(s) vagão(ões), para que esse trem continue andando, evoluindo e realizando as entregas de valor que foram planejadas. Mudanças sempre são bem vindas, desde que bem orquestradas e transparentes para todos os envolvidos no processo.


Outro ponto que não podemos esquecer no ágil escalado, é chamar os times dependentes para conversas frequentes, apresentando a eles o contexto do negócio e onde precisamos dessa parceria para darmos continuidade ao trabalho.


Não fazemos NADA sozinhos, juntos chegamos muito mais rápido e com muito mais eficiência.


Artigo escrito por Tanila Amorim e Karla Santos.



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